domingo, 17 de outubro de 2010

AOS HOMENS DE BEM DE ALAGOAS

Alagoas: terra de taturanas, gabirus e um punhado de homens de bem

O dia 3 de outubro começou com a prisão e a soltura quase imediata de um prefeito gabiru de Alagoas, o de São Luiz do Quitunde, e terminou com a mais ampla vitória dos chefes da máfia política alagoana. Seria o caso de dizer, "perdoai-vos Pai, eles não sabem o que fazem", ou de reconhecer que a organização política, econômica e social do Estado está nas mãos de criminosos. Cabe-lhes, porém, toda a culpa? Evidente que não. A responsabilidade é da obtusa e insensível posição da classe média que não enxerga nada além dos seus interesses cartoriais, miúdos e mesquinhos. Alagoas não consegue - ou não quer - libertar-se de suas amarras de atraso, mediocridade e pobreza intelectual. É o seu destino. O seu carma e a sua realidade lamentável e pungente, onde a maior pobreza não está nas contas bancárias, mas no fracasso do homem que falhou na sua missão de viver de pé e defender a sua terra e o seu povo. Depois de votar, já em minha casa, participei de uma pequena assembleia de família e dos amigos mais queridos, reunião de avaliação. E senti em mim a leveza de quem cumpriu o seu dever, uma vez mais e que sente no peito, no coração e na alma, que está tudo bem. Alagoas segue com seu destino de misérias e eu continuo grato a este chão brasileiro onde fiz minha família, meus filhos e fui 4 vezes, por dezesseis anos, escolhido para representar o povo, o que fiz com dignidade, amor e uma imensa gratidão de terem visto em mim um homem capaz de falar pelos anseios dos alagoanos, o que eu fiz com votos conquistados nas tribunas do povo, sem comprar voto, sem zombar da pobreza alheia e chegando onde cheguei, íntegro, no que sou reconhecido como um homem de bem, honesto e que tem as melhores intenções republicanas. Isso me basta. Ao meu lado filhos, sobrinhos, amigos, cidadãos do povo, festejam esta resistência aos maus hábitos políticos e esta vocação mantida com muito sacrifício nas lutas do nosso povo, que não terminaram, estão longe de terminar e talvez jamais terminem. Alguns gabirus e taturanas tropeçaram nas suas vidas tortuosas e mesmo tendo comprado milhares de votos, não conseguiram reeleger-se. Os que foram eleitos, não são os melhores nomes da sociedade alagoana, mas carreristas e oportunistas incapazes de lutar pelo bem e sonhar com um tempo mais justo para os alagoanos.Teremos segundo turno. Alagoas vai esco-lher entre o atual governador e o ex-Ronaldo Lessa. Do sul do Brasil vem a notícia que anima desta ventania do bem cristalizada nos votos de Marina Silva para Presidente da República, 20 milhões de votos que brotaram espontaneamente dos brasileiros. Quando o povo quer, o povo sabe escolher muito bem. O PSOL elegeu senadores e Deputados pelo Brasil afora, mas aqui, numa injustiça flagrante, deixou Heloisa Helena de fora, embora, do outro lado tenha rechaçado a figura de Collor, lesiva aos interesses de Alagoas, que mandou uma mensagem clara a todo o Brasil: "Collor nunca mais".
mendoncanetoal@bol.com.br

2 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente não é só em Alagoas, esses gabirus, se interligam através dos esgotos, como antigamente os holandeses faziam túneis em todas direções, essa atitude era um meio de defesa, contra os invasores, a diferença pra hoje, é a sofisticação, todos roubam pelos canais competentes da justiça, que não tirou a mordaça dos olhos, os holandezas faziam suas defesas pra o bem geral e dos gabirús, fazem a defesa do bolso deles. O ruim deste triste drama, é que os gabirús não gostaram de ter os seus nomes usados indevido, pois eles tem mais dignidades.

Felicio Soares disse...

Caro Ademir, seu blog é uma grata surpresa! O texto dos mineiros foi impecável!!
A Lei da Ficha Limpa está p/ o eleitor assim como o Estatuto da Criança e do Adolescente está p/ estes: protege eles deles próprios.
Seria legítima uma legislação que se sobrepõe à "soberania popular"? Quando a vontade popular se mostra "viciada" (na pior acepção possível da palavra), não há outra saída...
No entanto, quanto à fragorosa derrota de Collor, parece q Alagoas começou a alcançar alguma maturidade! Festejemos, pois!!